Criança

Em uma noite de domingo, (quase) sem sono. Palavras e reflexões me trazem aqui. Quase um ano sem sentar frente a frente comigo mesma. Está chegando o dia das crianças, as pessoas estão mudando suas fotos de perfil, de atual para quando eram criança. Um questionamento surgiu em meus pensamentos - Puxa vida! Não faz sentido eu colocar uma foto de 15 anos atrás para homenagear o dia 12. Eu era criança aos 6 anos, isso é verdade. Mas é tão verdade quanto o fato de que ainda sou essa criança. Há alguns meses recebi de presente um mapa astral completíssimo! Em alguma de suas sessões ele dizia que tenho tendência a ter comportamento infantil. Confesso que no momento em que li me senti ofendida, afinal, ninguém quer ouvir que é infantil, criança. Não sei se é uma característica dos tempos atuais, ou se sempre foi assim. Todo mundo quer ser adulto, ser "gente grande". Até os 20 e poucos querem aparentar mais idade do que a pouca que tem. Me lembro que a única vez que menti a idade ou desejei ter e aparentar ter mais idade, eu tinha 9 anos, e queria entrar na sala do Bate Papo UOL na sala de 16 a 20 anos, se não me falha a memoria. Hoje, ouço  comentários: "Nossa mas você tem uma cara de novinha", "As vezes você parece criança". Eu respondo no silencio do olhar: Mas eu sou novinha, sou criança. Não por questões matemáticas. Mas por escolha, talvez por essência. Ser criança é ver beleza nos detalhes, é ser feliz com pouco. A criança nunca é feliz para dentro, ela é feliz para fora! Com um sorriso largo e banguela, sorriso sincero e suave, as vezes barulhento, as vezes nem se percebe, apenas sente sua presença. Eu desejo que todos sejamos crianças! Que voltemos a apreciar as pequenas coisas da vida. As coisas simples. Isso não quer dizer que não existam responsabilidades, compromissos, e dificuldades. Ser criança é estado de espírito. Estado de felicidade, contentamento, simplicidade e olhar atento e curioso para a vida. É abraçar as pessoas, ser inteiro com todos, se entregar, e amar, sem precisar pensar. Hoje, com a minha pouca idade, vejo os jovens, mais jovens que eu, e fico pensando em como eu desejo criar meus(minhas) filh*s. Em como eu não quero que ela passe maquiagem, faça a unha, use roupa de "gente grande". Acabo de perceber que a pressão de "parecer ser mais velh*" é quase uma exigência feminina. Desde sempre a menina é estimulada a se vestir, comportar e aparentar ser uma "mocinha". Usar batom, vestido, sandálias de salto ( ainda que baixo), usar bolsa, posar para foto como modelo, e não como Criança!! Oh céus! Onde os pais estão com a cabeça!? Criança é criança! E precisa ser criança. Hoje, ouvi a seguinte frase: "Jú, você tem muita sorte com seus pais! Eles são muito fofos! Você os escolheu muito bem". Impossível não concordar. Sou mimada, e muuuuuito! Graças a Deus! Espero continuar sendo muito mimada! Fui superprotegida, e ainda sou. Recebo N ligações dos meus pais todos os dias. Houve momentos em que reclamei, pois achava que já era GRANDE demais para isso tudo. Tudo o que? Todo esse carinho, amor e preocupação? Espero nunca ser GRANDE demais para isso. Não ser mais criança significa não receber ligação dos pais? Não depender do seu carinho, dedicação e preocupação? Significa ser sério, não se divertir com o pouco? Não ter tempo para nada? Não ter dinheiro para nada? Sempre digo, tempo e dinheiro a gente gasta como quer! Eu quero gastar o meu com a alegria, leveza e simplicidade de uma criança. Hoje, ao chegar em casa, liguei o computador. Ao olhar um pouco mais abaixo do notebook, vi uma embalagem pequenina com uma mini câmera profissional, semelhante a minha negona! Era um chaveiro dado por meu pai. Eu escolheria eles de novo mil vezes se fosse necessário.
Como não ficar feliz e infantil ao ouvir do namorado e companheiro: " O dia das crianças está chegando!! Temos que escolher nossos presentes!" 

Ah como é bom ser criança. Como é bom ter lápis de cor, ursinho na cama, quarto colorido... Se isso me faz ser menos adulta, ok, eu aceito. Mas não menos madura, capaz e profissional. Certa vez li que somos feitos de milhares de personalidades e personagens, cada um com seu momento de atuação. Que a essência da criança nunca abandone nossos personagens de profissional, pessoa, pai, mãe, namorad*, amig*, alun*, ou simplesmente o Ser passageiro que somos.




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